Vasectomia?

Fui para ela tão amável

Ela, para mim, tão desejável

Que a nossa primeira vez

Terminou em gravidez

Mas nada matava a vontade

Naquela nossa idade

Se na hora do almoço encanta

Imagine na hora da janta

E o segundo, logo se anunciou,

De novo seu peso aumentou

Aumentou tamém a choradeira

Bem como o número de mamadeira

A cor do teste denunciava

as vezes em quela se engravidava

Seus seios ficavam tão fartos

que logo providenciamos o quarto

Enjoos e vestidos na cintura mais justos

Mas não provocava mais sustos

Nem mais uso do meu instinto

Ficamos esperando o quinto

Assim de um em um,

Se é que não esqueci algum,

lotamos por inteiro um pavilhão

Era criança chorando, onde houvesse um vão

Nossa prole é fartura

Problema até pra prefeitura

Tiveram que dar salário imenso

para a equipe que faz o censo

De todos conselhos dados

Nenhum deles foi acatado

A maternidade virou nosso nicho

mas continuo com meu esguicho

Éramos tão sozinhos

um casalzinho no ninho

a moto, cabelos livres. era nossa condução

Agora , com a "turminha, compramos um caminhão

Preservativo é tão efêmero

Que acabamos perdendo o número

E, de tanto fazer amor,

Tivemos que procurar um doutor

O susto foi maior ainda

A nossa fertilidade não finda

Quando mandou dizer "trinta e três"

Sabíamos que era o número do rebento da vez

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 01/03/2009
Reeditado em 08/03/2009
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