>>> POESIA CAIPIRA <<<
Vô coNta cOmo é trisTe, vÊ a vEÍce chEGa.
Vê oS cabELo caíNo, vê aS vISta eNCurta.
Vê As perNA trumbicANo, coM prigUIça dE aNDa.
Vê “aqUIlo” esmorECeno, seM fORça pRa lEVanta.
As carNE Vão suMIno, vAi parECêno aS vEIa.
As visTA dimiNUíno e creSCendo a sombRAncêia.
As coisAS vãO eNCurtano, vãO aumentANdo aS orêIA.
Os OVo dipindurANo e dimINUindo a pEia.
A veícE é uMa dOEnça qUe dÁ Em tOdo cRIstão:
Dói oS brAço, Dói aS pERna, dóI oS dEDo, Dói a mÃo.
Dói o fiGo e a barRIga, dói o riM e o pURmão.
DÓi o fiM do espiNHaço, dÓi a cORda dO cuNHão.
QUando a genTe fiCa vEIo, tuDo nO muNDo acONtece:
VAi passANo plAs rUa e aS meninAS Se ofERece.
A geNTe óiA tuDO, beNZa a DEus e agRAdece.
COrreno ligeIRo prA caSA, procurANdo o INSS.
No teMPo quE eU Era mOço, o sOl Pra miM bRIava.
Eu tinHa miR NAmorada, tuDOo dE Bão mE soBRava.
As meniNA mAIs boniTA, dA ciDAde Eu boliNAva.
Eu fazIA tODo Dia, iNté o biCHim desbOTava.
MAs tuDO isSo pASsa, faiZ teMPo ficO pRA tRAis
As coisAS qUe Eu fAZia, hoJE nUm Sô cAPaiz.
O temPO mE rODo tuDO, dE uMa mANeira sAGaiz.
PRa falA mEMo a verDAde, neM trEPa eU tREpo mAIs.
QUando chEGa oS seTEnta, tuDO nO muNDo embARaça.
PEga a mUIé, vAi prA caMA, aPArpa, bEJa e aBRaça,
POrém sÓ faIZ dUAs coiSA: solTA pEIdo e acHA grAÇa.