O PIRES

O Pires aproveitou que a noite fria chegou

e pro Bar do Arineu escafedeu e encharcou.

diluiu no gogó umas vodcas e mé desdobrado.

chegou em casa trocando as pernas turbinado.

Foi direto lá pra casinha do cachorro Baleia,

a mulher de olho, pra umas bordoadas prontinha,

Cara de anta, cabo de vassoura, touca de dormir,

esperando o Pires na varandinha da cozinha.

Mas perdeu a viagem, dormiu na casinha do baleia,

escapou assim de uns catiripapos no pé da orelha.

Estava frio e ele dormiu pedalando, sem uma coberta,

e o sereno o maltratou naquela noite de lua cheia.

Conseguiu acordar lá pras cinco horas da manhã.

Tentou entrar em casa era como entrar num banco.

Perturbou demais acordou a patroa com gritaria,

já levou uma cacetada na moringa com um tamanco.

Ela ainda disse: peste duma figa, pudim de cachaça,

Estou cheia dessa bebedeira com voce tonto volta e meia,

Some da minha vista. Aqui em casa você não entra,

volta pra dormir chapado lá na casinha do Baleia.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 05/01/2009
Reeditado em 19/04/2009
Código do texto: T1368522
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