O PIRES
O Pires aproveitou que a noite fria chegou
e pro Bar do Arineu escafedeu e encharcou.
diluiu no gogó umas vodcas e mé desdobrado.
chegou em casa trocando as pernas turbinado.
Foi direto lá pra casinha do cachorro Baleia,
a mulher de olho, pra umas bordoadas prontinha,
Cara de anta, cabo de vassoura, touca de dormir,
esperando o Pires na varandinha da cozinha.
Mas perdeu a viagem, dormiu na casinha do baleia,
escapou assim de uns catiripapos no pé da orelha.
Estava frio e ele dormiu pedalando, sem uma coberta,
e o sereno o maltratou naquela noite de lua cheia.
Conseguiu acordar lá pras cinco horas da manhã.
Tentou entrar em casa era como entrar num banco.
Perturbou demais acordou a patroa com gritaria,
já levou uma cacetada na moringa com um tamanco.
Ela ainda disse: peste duma figa, pudim de cachaça,
Estou cheia dessa bebedeira com voce tonto volta e meia,
Some da minha vista. Aqui em casa você não entra,
volta pra dormir chapado lá na casinha do Baleia.