SEM EIRA NEM BEIRA

Em São Paulo conheci uma garota solteira

No começo era apenas uma brincadeira

Numa festa junina pulamos a fogueira

E nos beijamos debaixo da figueira

Lembro-me com saudade da fruteira

Que estava sobre a mesa de madeira

E aquela menina sentada na cadeira

E do delicioso frango na assadeira

Aquela menina era bem matreira

Convidou-me para atravessar a fronteira

E ficou me esperando na porteira

Abraçou-me sob a sombra da mangueira

Se eu fosse mais fraco fazia besteira

Tinha outras intenções aquela arteira

Queria deitar comigo na esteira

Disse que queria ser minha por inteira

Aquela garota parecia uma torneira

Dela saia uma incansável goteira

Que tentava furar minha pedreira

Mas pedi licença e sai de primeira

O amor insano provoca a cegueira

Tanto do parceiro quanto da parceira

E aumenta a população brasileira

E dá muito trabalho para a parteira.