CHEIA DE GRAÇA
Não queria e não devia hoje escrever
Até porque o dia apesar de lindo
Perece-me quieto e triste
Estou trêmula como adolescente
Medrosa, chorosa e carente
É como se estivesse apaixonada
Não no sentido da palavra
E sim pelo fato de estar agoniada
Daqui de dentro vejo o sol
Bonito e indiferente ao meu lamento
Não estou nem aí pra ele
E continuo curtindo o meu tormento
Observo que a Lua está perto dele
Branca, subserviente e pálida
Que boba!!!
Deixo os dois pra lá
E resolvo me cuidar
Tomo uma água
Enxugo as lágrimas
E mando tudo às favas
Afinal não sou “Garota de Ipanema”
Mas sou, também, cheia de graça...