MOITA DE BABAÇÚ

Na festa de São Nicolau
tomei cachaça pra xuxu,
enfiei a fuça num pau
era um pau de mandacarú.

Fui caindo num terreiro
amassei a moita de babaçú,
era a casa de um feiticeiro
quase me manda prum exú.

Foram surrando-me com reio
e até com vara de bambú,
ate o Negrinho do Pastoreio
foi me chamando de urubú.

Moeram-me na bordoada
jogaram-me em cima do urutú,
quando voltava a estrada
cai num buraco de tatú.

Fiquei igual um atropelado
mais pelotento que o Brucutú,
com o cabelo todo arrepiado
pulava mais que um cangurú.

Sentindo o corpo em brasa
sai de uma horta de carurú,
e quando cheguei em casa
tomei mais uma caracú.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 30/10/2008
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