A MORTE DO PRÍNCIPE ENCANTADO
Como foi difícil ser delicadinha...
Assim quase uma princesinha...
um bibelô feita de cristal.
A chapeuzinho vermelho que
precisava se proteger do lobo mau.
Ser aquela coisinha rosada
que de tudo só sabia da risada.
Que esperou a vida inteira pelo príncipe
que seria seu herói, eterno salvador
que do alto do seu imponente cavalo branco
com a espada em punhos, galopando
em câmera lenta gritaria emocionado:
_ Minha doce amada... Vim te salvar!
Esperei...
Esperei...
Na torre debruçada fiquei.
Não percebi os anos passar
Hoje já na casa dos quarenta
uma questão me atormenta...
E o Príncipe?
Isso existe?
Onde... Como... Quem?
Se perdeu no caminho?
Será que furou o casco do cavalo?
E a espada... Seria uma sombrinha alada?
Ai ai ai...
Salvar-me de que?
(De mim?)
Será que com magia
talvez um beijo amigo
Será que consigo meu sapinho
em príncipe transformar?
Ou será que essa fantasia
tenho que enfim um The and dar?
Iza Mota
Recife-PE