PIMENTA ARDIDA

Estou querendo da pequena
tambem quero da grandona,
dessa ai que envenena
parece caroço de azeitona.

Vou pedir dessa graúda
e um pouco da miudinha,
não gosto muito da miúda
quero mais da vermelhinha.

Quero da verde e da amarela
e dessa uma que arrebenta,
para queimar minha guela
vou comer muita pimenta.

Tem uma que queima o osso
e a que o diabo experimenta,
desce queimando o pescoço
nem ele mesmo aguenta.

Com ardume pra cair duro
ate a alma ela afugenta,
faz cuspir ate sangue puro
para a morte ser mais lenta.

Forte para tirar o chapéu
gruda mais que araudite,
parece veneno de cascavel
parece banana de dinamite.

Ela corta a respiração
ela tampa tambem a venta,
o bucho vira um vulcão
a barriga vira tormenta.

Ela queima e ela derruba
deixa por dentro como ripa,
derrete ate cera de carnaúba
ela derrete ate a tripa.

Tem uma branca como giz
e tem uma da cor de menta,
essa intorta ate o nariz
quando no bucho fermenta.

Ganhei do meu amigo Chico
uma verde que veio do norte,
me queimou mais que maçarico
essa me mostrou na frente a morte.

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 24/08/2008
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