DESTINO INGRATO
DESTINO INGRATO
Moacir S. Papacosta
O destino é muito ingrato
Precisava entrar na taca,
Preferia viver no mato,
Que me apaixonar por uma jabiraca...
Mas o amor deixou-me cego
Ao ver tão formoso violão,
Bati as mãos em suas cordas fracas
E surgiu a terrível gamação...
Pois a gatinha vibrou feito som de guitarra
Sapateou feito talentoso catireiro,
E como alguém que entra na farra
Acabei sendo preso por aquele corpo brasileiro...
Porém, o que era bom se acabou...
Outro dia espetaram-lhe a faca,
Morreu? Que nada, escapou!
Mas por muito tempo deixar-me-á na estaca...
Procurarei outra desprezada pela sociedade
Dar-lhe-ei um bocadinho de alegria,
Prefiro uma jabiraca quente de verdade,
Do que uma mulher requintada, mas fria...
Jataí, 07 de maio de 1971