DESTINO INGRATO

DESTINO INGRATO

Moacir S. Papacosta

O destino é muito ingrato

Precisava entrar na taca,

Preferia viver no mato,

Que me apaixonar por uma jabiraca...

Mas o amor deixou-me cego

Ao ver tão formoso violão,

Bati as mãos em suas cordas fracas

E surgiu a terrível gamação...

Pois a gatinha vibrou feito som de guitarra

Sapateou feito talentoso catireiro,

E como alguém que entra na farra

Acabei sendo preso por aquele corpo brasileiro...

Porém, o que era bom se acabou...

Outro dia espetaram-lhe a faca,

Morreu? Que nada, escapou!

Mas por muito tempo deixar-me-á na estaca...

Procurarei outra desprezada pela sociedade

Dar-lhe-ei um bocadinho de alegria,

Prefiro uma jabiraca quente de verdade,

Do que uma mulher requintada, mas fria...

Jataí, 07 de maio de 1971

Moacir Silva Papacosta
Enviado por Moacir Silva Papacosta em 20/08/2008
Código do texto: T1136920
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