FUGA DA CIDADE

Vou avisar o meu patrão
que aqui não fico não,
aqui não conheço ninguem
e tenho medo dessa febem.
Lá o que bate e porteira
aqui vai embora a carteira,
lá tem gorgeio de azulão
aqui tem tiro de canhão.
Lá o luar e prateado
aqui o sol nasce quadrado,
aqui não existe saracura,
e falta buraco pra sepultura.
Aqui e ambulância e camburão
lá tenho marreco e pavão,
lá no barro e gente atola
aqui se bobear meu sangue rola.
So se fala em assassinato
e la so tem briga de gato,
aqui e so pega o ladrão
la o perigo e  escorpião.
Aque e rajada de metranca
nao vejo o relincho da potranca,
la todos pescam com anzol
aqui todos fogem da interpol.
E trombadinha e trombadão
e ainda existe o treisoitão,
ta cheio de investigador
e la so vejo beija flor.
Tanto assalto a mão armada
la e livre a minha estrada,
aqui e policia e capitão
e la so tenho plantação.
Aqui paz e que não tenho
vou voltar la pro engenho,
aqui não fico não.
ele que arrume outro peão.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 30/07/2008
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