MINHA AVÓ BENZEDEIRA
RosanAzul
1º de maio de 2008
Dos meus tempos de criança
Tenho vivo na lembrança
Coisas que a vida nos ensina
Algumas que aprendi com a Vó Lealdina.
Mulher forte e verdadeira
Por missão foi benzedeira
A mulher da esperança
Benzeu e curou muita criança.
Era de noite, era de dia
Era em pino de meio dia
Cobreiro, zipra, zipela e zipelão
Olho gordo, quebrante, mau querer
Com arruda e manjericão ela benzia...
Que cozo?
Carne quebrada, veia aberta, nervo torto
(Nervo torto)? É!
Tudo isso ela sabia!
Com um paninho e agulha ela cerzia.
Santa Luzia tinha três filhas:
Uma fiava, outra cozia
Mais uma que na boca do fogo ardia.
Era assim que os olhos ela benzia.
Aos domingos não tocava na agulha.
Urdiu seu crivo até quase oitenta anos.
Usava as lentes nos óculos da fé!
Arcas caídas? Ela media.
Sapinho, que porcaria...
Só benzendo que saía
E isso a minha vó sabia.
Lembro-me das minhas dores de dente
Com uma faca ela riscava o chão em cruz
Ao sol de pino meio dia...
A dor passava! Eu até dormia!!
Ela me benzia em cruz
Em nome de Deus
E da Virgem Maria
"Te benzo nesta hora
Em louvor de Deus e
De nossa Senhora”...
A reza dela tinha rima!
Na sexta feira da paixão
Ela mau dormia
Fazendo brebe e simpatia
Lumbrigueira e nó nas tripa
Tudo isso ela fazia...
Acordava cedinho
Para colher flores de macela
Fazia um travesseiro cheiroso
Ainda lebro do cheirinho dela...
Ela me dizia que a primeira
Água que saía da torneira
Na santa sexta feira santa
Era benta
E era com muito zelo guardada.
Nunca cobrou por suas rezas
Dom de Deus é coisa santa
E devemos respeitar
Ver a cura nos irmãos
Num sorriso de gratidão
Era a sua alegria.
Que saudades de minha avó
Das suas rezas e risadas
Minha avó e dindinha
O bolo que ela fazia
Até hoje nunca comi igual
O bolo com gosto de infância....
Feito pela vó Leal
[obrigada vó]
-Di
Na
DA ...
RosanAzul
1º de maio de 2008
Dos meus tempos de criança
Tenho vivo na lembrança
Coisas que a vida nos ensina
Algumas que aprendi com a Vó Lealdina.
Mulher forte e verdadeira
Por missão foi benzedeira
A mulher da esperança
Benzeu e curou muita criança.
Era de noite, era de dia
Era em pino de meio dia
Cobreiro, zipra, zipela e zipelão
Olho gordo, quebrante, mau querer
Com arruda e manjericão ela benzia...
Que cozo?
Carne quebrada, veia aberta, nervo torto
(Nervo torto)? É!
Tudo isso ela sabia!
Com um paninho e agulha ela cerzia.
Santa Luzia tinha três filhas:
Uma fiava, outra cozia
Mais uma que na boca do fogo ardia.
Era assim que os olhos ela benzia.
Aos domingos não tocava na agulha.
Urdiu seu crivo até quase oitenta anos.
Usava as lentes nos óculos da fé!
Arcas caídas? Ela media.
Sapinho, que porcaria...
Só benzendo que saía
E isso a minha vó sabia.
Lembro-me das minhas dores de dente
Com uma faca ela riscava o chão em cruz
Ao sol de pino meio dia...
A dor passava! Eu até dormia!!
Ela me benzia em cruz
Em nome de Deus
E da Virgem Maria
"Te benzo nesta hora
Em louvor de Deus e
De nossa Senhora”...
A reza dela tinha rima!
Na sexta feira da paixão
Ela mau dormia
Fazendo brebe e simpatia
Lumbrigueira e nó nas tripa
Tudo isso ela fazia...
Acordava cedinho
Para colher flores de macela
Fazia um travesseiro cheiroso
Ainda lebro do cheirinho dela...
Ela me dizia que a primeira
Água que saía da torneira
Na santa sexta feira santa
Era benta
E era com muito zelo guardada.
Nunca cobrou por suas rezas
Dom de Deus é coisa santa
E devemos respeitar
Ver a cura nos irmãos
Num sorriso de gratidão
Era a sua alegria.
Que saudades de minha avó
Das suas rezas e risadas
Minha avó e dindinha
O bolo que ela fazia
Até hoje nunca comi igual
O bolo com gosto de infância....
Feito pela vó Leal
[obrigada vó]
-Di
Na
DA ...