FILHO MEU

Qual semente em terreno fértil,

Foste plantado,

Num ato de amor sublimado.

Carreguei-te no ventre por muitas luas,

Muitas manhãs de mistérios...

Amei-te com todas as forças do meu coração.

Éramos unos, cúmplices.

Dei-te a minha vida!

Alimentei-te com a seiva do meu ser,

Do meu carinho,

E agradeci ao Criador de Vidas.

Era eu a mais feliz das mulheres!

No final de um domingo de março,

Vieste ao mundo em meus braços.

Pude ver teus olhos brilhantes!

Uma vida em minhas mãos!

Esculpi na alma a história de nós dois,

E hoje a decanto em versos,

Rimas de felicidade,

Por sermos mãe e filho

Nesse mistério da eternidade.

O tempo passou veloz,

Tornando-te um homem.

Os anos desnudaram-te os muitos valores!

Quanta dignidade!

E agora, qual ave de arribação,

Com o teu próprio vôo cruzas o espaço!

Demarcas o território

Para carpir sonhos e plantar amores.

Estás mais longe, além do horizonte.

Nos rigores do tempo, no frio das madrugadas,

Talvez não possa secar-te as feridas,

Aconchegar-te no calor das minhas asas,

Ou as alegrias contigo festejar.

Mas vives no meu coração, no meu pensamento,

E em todos os momentos,

Entrego-te a Deus, FILHO MEU!

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 28/04/2008
Reeditado em 13/05/2008
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