O Velho e o horizonte!...

O lugar estava lotado, muitas pessoas idosas,

os visitantes compassivos, com o olhar ou mãos

acariciavam, consolavam quase todos os velhinhos,

um asilo, o mundo de quem percorrera vários caminhos!...

Quase todos recebiam pouco ou muitos aconchegos,

Mas, infelizmente alguns dos velhinhos eram ignorados,

os rodeados pelos familiares, tinham certo consolo,

os que estavam sozinho num canto, no semblante o desgosto!...

No pátio, um velho, sentado visivelmente triste contemplava,

seu olhar ultrapassava o portão, seu pensamento viajava,

segundo os funcionários, ele costumava dizer: eles não vieram!

a visita tão esperada era os filhos, mas eles o abandonaram.

Depois da exaustiva espera o morador do asilo recolhia-se,

no seu quarto, rodeado de companheiros, via passar o tempo,

o mundo ali era dele, mas a saudade dos filhos o entristecia,

um dia ele constituiu família, mas agora com eles não vivia.

A esperança ia se esvaindo e a alegria também, por causa do abandono,

a sua mente atrapalhava-se cada vez mais, velhice, ou tristeza?

mas sempre todo dia no pátio olhava fixamente o horizonte,

quem sabe mentalizava o passado, a casa, seus entes queridos, sem ele ser querido,

nos dias de mocidade, no trabalho árduo para criar os filhos teus,

os colos e chamegos que sempre dava a eles e a ele agora é negado,

para aquele idoso cansado, só precisaria para sua plena felicidade,

se quando estivesse olhando o horizonte, formando sua história lentamente,

aparecesse sua família dizendo: viemos te buscar, pra você morar com a gente!...