Misericórdia quero e não holocausto

Lá esta um corpo estendido no chão.

Não havia mais lágrimas, apenas um gemido de dor.

Mas, quem seria capaz de ver a alma ferida?

Quem poderia sentir a mesma dor tão escondida?

Ele não era ninguém; Não tinha nome e nem sobrenome.

Rejeitado, abandonado, como um animal sem dono.

Até que, de repente, ainda se tem uma esperança:

andando com passos largos, numa pequena distância

vai passando um homem ilustre,

desses que anda com uma mala cheia da grana.

Ao ver aquele moribundo largado naquele chão,

apertou mais a mala em sua mão

e depressa caminhou em outra direção...

Então, lá se foi a esperança como a última que morre...

Até que, uma pequena fé,

ainda manteve aqueles olhos abertos...

Seria muito pedir aos céus um último alento?

“Quem sabe, antes da noite chegar,

ainda venha passar uma Alma Viva neste lugar?”

Isto quer dizer que ainda havia naquela ser

uma gota de esperança.

Porque, pela fé, ele acreditava assim como uma criança

à espera de pequeno presente de Natal...

Mesmo sabendo que, sem família, não existiria Natal...

Seria esta a sua dor?

Foi nesta hora que ouviu uma canção bem conhecida.

A voz, no entanto, ele não conhecia.

Ao sentir os passos aproximando,

procurou levantar a mão como sinal de socorro.

Mas o som daquela voz foi se afastando, até sumir de vez.

Tudo o que Ele queria era um carinho de uma alma caridosa.

E a noite vem surgindo e tudo mais indo embora.

Ele olhou dentro de si e não havia mais nem Fé,

nem Esperança.

Daí, ele entendeu o seu destino:

totalmente solitário e vazio de afeto...

Deixado, abandonado, como cactos no deserto.

Seca vida é de uma “criança de rua".

Era apenas ela e a lua

a clarear aquele canto da parede escura.

Nas casas, no outro lado da rua, cada família comemorava

o nascimento de um certo Rei que ele não conhecia.

Mas, ali estava ele morrendo de fome,

de sede e de falta de companhia.

As igrejas já se preparavam para "a Missa do Galo”.

Os sinos anunciavam: meia noite.

De repente, um homem se aproxima

e vê o que ninguém viu...

Aquele menino aleijado, então, sorriu.

Era seu Pai que o reencontrou

e o levou de volta para Casa,

para a Sua Casa.

O menino retornou feliz

porque o seu Pai o salvou.

Margareth Monforte
Enviado por Margareth Monforte em 23/03/2008
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