O Grito de Mármore
A tempestade me derrubou do alto
e nu caí,perdido no asfalto
sob a vergonha dos olhares gatunos
justamente a cantar como um simplório
As lembranças caem na face por assalto
enraíza estrelas ao solo, ao uno
fez da argila moldar meu ser ilusório
E sou o amor e a promesa a jurar
e a chuva por braços te envolvesse
E sou o homem que pôs-te num altar
e a ti ofertou uma flor
inflamando me punge, entre laços esquecesse
os campos de rosas que tu passas flutuando
quando meu anjo canta teu nome suspirando
Eu sou o homem e foste tu,
todavia me encontrar
na espera solitária
da morte ou do que do ventre desceu
flechando o alto
aqui estou eu