Familia: Onde o silêncio se desfaz em vozes
Família é um rio que transborda —
A vastidão que dissolve a margem do eu.
No silêncio onde me encontro, me desfaço,
E ainda assim, retorno ao murmúrio das vozes que me chamam.
Abraços são raízes que se entrelaçam,
Correntes que não prendem, mas sustentam.
Há longos invernos entre olhares perdidos,
E verões que florescem no reencontro.
Palavras dos antigos são vento sobre pedra —
Esculpem sem pressa, moldam sem ruído.
E mesmo quando a solitude me acena,
Deixo que o calor do lar me desoriente,
Pois há oceanos que se navega sozinho,
Mas só na terra firme se descansa.