MEUS FILHOS

De repente,

Lembrei-me de meus sonhos de mocinha:

Queria ter muitos filhos

E queria, em cada um deles,

Ver-me espelhada

Naquilo que me valeu.

Que cada um tivesse uma parte de mim,

Não a cor dos cabelos, da pele, dos olhos,

Mas de mim interior,

Eu saberia cuidar para que não sofressem

Como eu sofri... ...snif...

Se fossem meninas,

Que tivessem a minha alegria,

A minha alegria de viver,

O meu sorriso de menina...

A minha irreverência!

Se fossem meninos,

Que fossem ousados,

Arrojados, determinados,

Como eu fui sempre que precisei!

Que jamais perdessem a fé na vida,

Pois ela sempre me acompanhou, sempre,

Mesmo nos momentos de fundo do poço,

Quando parecia que não ia emergir jamais!

Que nunca deixassem de rir de si mesmos

E de tudo, irreverentemente,

Para conservarem a leveza de ser.

Que conservassem o bom humor,

Pelo bom humor, somente,

Para preservarem o coração!

Que fossem versáteis, criativos, imaginosos,

Porque isso me valeu em muitos momentos,

Até pelo pão nosso de cada dia!

Que fossem arteiros e travessos,

Para se conservarem jovens para todo sempre,

Porque assim tenho me conservado até agora!

Que se assemelhassem aos pássaros,

Em liberdade nos céus,

Porque eu preservei e lutei

Pela liberdade de tudo, de todos,

E da minha própria liberdade!

Precioso bem do meu espírito!

Mil cabeçadas dei a lutar por ela!

E os tive e cada um é um,

Racionalmente diferente,

Contudo são como eu,

Em cada pedacinho,

Como a realização do meu sonho!

Amando-os eu me amo profundamente,

Multiplicado por seis.

Amo cada um como se fosse o único

Filho da minha vida!

E Deus me fez ver

Na transparência de minha alma

O tanto que sou feliz!

Praza aos céus que eu saiba repartir

A felicidade a outros também!

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 21/01/2008
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