No Nono Mês.

*No Nono Mês*

No ventre, um mundo em gestação,

No coração, uma inquietação.

O tempo é um rio que quase para,

E o corpo, uma tempestade rara.

Os pés cansados pedem alívio,

A respiração busca o equilíbrio.

Cada movimento, um presságio,

De um milagre prestes a ser passagem.

O desconforto, amigo insistente,

Abraça a alma, torna-a paciente.

As noites longas, sem repouso pleno,

Guardam o mistério do amor terreno.

Será hoje? Será agora?

Cada sinal desperta a aurora.

Um chute, um giro, uma dança lenta,

A espera é doce, mas também tormenta.

E no peito, a alegria já brota,

Como quem canta sem dar conta.

Ser mãe é mais que dar à luz,

É renascer em outro que nos conduz.

No nono mês, o corpo é um templo,

De dor, de sonho, de puro exemplo.

E quando a hora, enfim, chegar,

O mundo, num choro, irá despertar.

*Vasco Toledo*

Vasco Toledo
Enviado por Vasco Toledo em 21/11/2024
Código do texto: T8201670
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.