O passado é um degrau na história.

Não muda o que fomos,

Mas muda o que somos.

 

O passado vira som

e vibra como boa música,

Mesmo que não saibamos

dedilhar os instrumentos.

 

A verdade é que os momentos

comandam a sinfonia.

 

Cânticos aos nomes,

Violinos aos ancestrais,

Pianos aos primogênitos,

Guitarras aos atuais.

 

Como o verbo que desliza em frases longas dizendo que a vida sempre valerá a pena enquanto houver união, ou simplesmente: Juntos.

 

Se as mãos se tocarem

A energia transitará

na fantasia.

 

Se os beijos persistirem

o amor que nunca acaba,

Vira mel.

 

Se olharmos uns para os outros,

Lembraremos.

 

De pequenos,

Desde os grunhidos sufocados no amniótico

à ótica remissiva da matriarca,

Nunca esquecendo a marca perpetuada como tatuagem,

Dos que se foram

e continuam sendo.

 

Talvez

a cadeira e espaldar alto tenha sido mesmo um trono.

 

Talvez

as suíças do bisavô fossem verdadeiras

ou a Lua tenha me trazido a poesia.

 

Mesmo as ruas de pedras,

Mesmo as suas madeixas,

Mesmo o trânsito de composições,

Fantasias ou não,

São partículas desse universo

ou o todo de minha poesia.

 

Não quero explicar com detalhes

pois a graça escoraria pelo bueiro

e um tempo inteiro não teria valido um segundo.

 

Metáforas ou utopias,

Famílias são isso,

Um trecho de todo amor

que nunca deixamos de caminhar.

 

E a minha

tem bigodes,

Óculos de grau,

Pacientes e eufóricos,

Inconscientes e detalhistas,

Terno e sandália,

Mala de couro, jaqueta de nylon,

Meias de seda,

Prêt-à-porter...

 

Cheios de desejos

ou cansados de desejar.

Cada um deles uma nota

regida por Sol.

MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 13/07/2024
Código do texto: T8106289
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