Os Bentos e a bola verde!
Parentes do mesmo sangue
partiram sem eu nascer
não falaram até breve
sem destino a conhecer!
No topázio foram para
Sem casa, comida e chão
sem renda, diinheiro e feijão
buscando a vida melhorar!
de lá o destino mudou
Augusto não pode evitar
quatro filhos levados no colo
o Rio era o seu novo lar
foram embora prá distante,
no dia a dia a buscar
a luta tava começando
nem pensaram em recuar!
Toinho, valete guerreiro
sapatos foi consertar
bigorna na coxa como base
martelo e prego a colar
viveram suas venturas,
sem contato para contar
sem problema pra dividir
sem segredo para guardar!
o tempo passou ligeiro
seguiu sem vacilar
cada um com seu destino
buscando se alembrar!
o novo prá São Paulo mudou
os outros ficaram por lá
o pai ficando idoso
noticias para mandar
no sertão, na terra tão pobre
parentes a se multiplicar
irmãos casando e criando
quem sabe se vou voltar?
Toda base dis bentis já partiram
deixando o seu lugar
uma casa fincada na praça
sem memórias para guardar!
a velha casa, então demolida,
adobo caindo no chão
surgio um novo comércio
progresso sem coração
Antonio Bento e Dulce
filhos com educação
família de nome marcante
respeito e tradição
bem próximo na Bola verde,
a memória não esqueceu
Adalgisa sempre alegre
foi embora, nem disse adeus!
a casa ainda está,
abraçada ao velho bar
reboco velho e caindo,
já não querem sustentar!
há história do passado,
marcando aquele lugar
com um futuro tão incerto
da vontade de chorar!
o passado que não volta mais
já não tem como voltar
caminhão a manivela
poeira a levantar
no bolacão uma história
Adalgisa a trabalhar
dia e noite fazendo bolacha
ajudando a sustentar
Miguel de Regi vereador
defendia aqueke lugar
o progresso nunca chegava
Bola verde esquecida está!
nada podia ser mais feito
com o poder de Waldemar
junto com o Carlos Mota
a bola verde abandonar!
hoje está do mesmo jeito
de 60 anos atrás
não tem nada além de casas
e o povo sempre a reclamar!