Milagre
Oh! Anjo que parte a noite devastando,
Numa busca a casa humilde e silenciosa,
Que torna vagarosa a prece auscultando,
A dor do filho que maltrata a mãe ciosa.
As mãos postas ao rosto, triste e piedoso,
Vertendo uma lágrima o olho inconteste,
E baixinho roga ao Deus caridoso,
Para que do filho o sofrimento afaste.
O perigo ronda e a dor invade o leito,
Já desesperada, a mãe toma a criança,
E embalando num aperto junto ao peito,
Como Maria em sua última esperança.
Faz uma última oração, mais poderosa,
E entrega seu filho ao anjo que circunda,
E num suspiro de cansaço e piedosa,
Se entrega ao sono calma e infecunda.
Luz poderosa que anuncia o novo dia,
Traz o filho ao leito restabelecido,
E a mãe ergue os olhos ao céu em alegria,
E agradece a Maria, o filho renascido.