A nossa casa em Urucará
Na verdade eu não tinha noção
Como tão linda era nossa morada
Com o tempo fui perceber, então
O amor que tinha pela nossa casa.
Ficava ali na Rua Crispim Lobo de Macedo
De esquina com a Praça Santana na rua frente
Que de aconchegante não se tinha igual
Acolhia a nossa família e toda nossa gente
Era uma casa de estilo antigo
Bem dividida feita barro e areia, esteios de aquariquara, em suas largas paredes
Tinha 4 quartos, uma sala, uma varanda, 2 cozinhas, um corredor da porta de entrada a da cozinha
Com muitos armadores de redes
Sinto muita saudade da nossa casa
Ela era toda assoalhada
Somente a calçada da frente, uma cozinha e banheiro acimentada
Os esteios e caibros de madeira de lei, bem ventilada.
Quando vejo a foto, bate forte o coração de saudade
Ela era coberta de telha de barro, vinda de Portugual
No corredor da cozinha, vários janelões de madeira
Que ia findar no cheio de galinhas, patos e fruteiras, o rico quintal
Boas lembranças me fazem recordar
De minha mãe com o Machado, partindo lenha para o peixe assar
Na cozinha aberta do fogão de barro
Muita saudade eu sinto daquele lugar
Do quintal sinto uma canoa de saudade
Alem de plantas e galinheiros, cheios das mais diversas fruteiras
Havia mangueira, goiabeira, cupuzeiro, jambeiro
Pupunheira, abacateiro, ateira, figueira....
Agradeço a Deus por ter vivido essa feliz infância
Livre para andar na rua só de calção
E de comer tantas frutas nos quintais sem gastar um centavo
Assim, fala a saudade do coração.
Nessa casa tão querida e amada
Nasceram os onze filhos de D Marion e seu Zé Paes
Quatro homens e sete mulheres
Fatos estes que não esquecemos jamais
Essa tão maravilhosa e amada casa
Foi construída em 1940
Era uma das mais lindas antigas casas de Urucará
Tinha toda arquitetura e estilo de casa de fazenda.
Aqui quero deixar esse registro
De falar da nossa casa de tão linda que era e desse maravilhoso lugar
Onde nascemos e que amamos tanto
A nossa querida, amada e inesquecível Urucará.
Mao, 25/08/2023