No Enterro da minha gente
Sou ultimo vivente
d'uma infancia mal fadada
e recordo essa gente
numa fria madrugada
onde minh'alma sò
se via sem nada! ...
Minha vida foi diferente
do que queria a minha gente!
Eles nunca me entenderam...
Eles nunca me sentiram...
Eles não me deram nada ...
E a repulsa que lhes tive,
amargura que senti
fez de mim estrangeiro em casa ...
E o que ficou dessa ferida,
nessa fria madrugada,
entre a casa abandonada
e a minh'alma sem nada?!
Ficou a morte dessa infância
no enterro da minha gente ...
E alguém mais sofrerá a dor desta distancia?!
Haverá alguém mais que assim sente?!
Qu'importa?!
Sepulto os mortos do meu sangue
nessa casa abandonada.
E repouso por fim em paz, nesta hora,
no frio da madrugada...
Eles nunca me entenderam...
Eles não me deram nada ...