Ruinaria

Seu espaço na casa cada vez mais vai diminuindo.

Sua moral ao mesmo ritmo, a passos rápidos se esvaindo.

O respeito dos filhos é algo que há muito tempo não tem.

Seu cônjuge, nem se fala, o menospreza, olhando-o com imenso desdém.

Na verdade, sua voz ativa tem tanta importância quanto os latidos do cachorro no quintal.

Os laços familiares estão destroçados naquela casa, e tudo vai acontecendo como se fosse normal.

Suas coisas aos poucos vão sendo jogadas fora.

Divagando, percebe que tal situação não é de agora.

Aproveitar os dias que está sozinho, lhe dá a sensação de algum conforto; mesmo que em alguns momentos, sente-se como se estivesse morto.

Falta de pulso firme, atitudes equivocadas, momentos ausentes...

Seriam essas as respostas para tudo estar tão caótico e diferente?

Sendo o chefe da família, acaba sendo o mais julgado; às vezes até, injustamente, o único errado.

Porém, naquela casa, ele não pode ser exclusivamente o culpado.

A esposa cada vez mais autoritária, o filho do meio não respeita ninguém, enquanto a filha mais velha e o caçula, vivem trancados em seus 'mundinhos'.

Realidade triste, onde todos vivem juntos, mas, na verdade, estão sozinhos.

Pensou sobre tudo, e só visualiza duas opções: largar tudo e recomeçar em outro lugar, ou tentar reverter a situação que permitiu chegar.

Qualquer escolha não será fácil, e parece que tentará reconstruir o próprio lar.

Com os olhos marejados e o olhar cabisbaixo, se entristece por estar nessa situação; pois, será muito tortuoso o caminho para essa reconstrução.

Edu Sene
Enviado por Edu Sene em 04/06/2022
Reeditado em 19/06/2022
Código do texto: T7530379
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