AMOR DE UMBIGO
Não foi do meu querer romper o laço seguro
que me cuidava e me nutria com tanto amor
O laço materno que me ensinava a confiar
mesmo com os meus olhos cegos ao mundo
Mas há uma centelha Divina em cada um de nós
que reluz no peito e nos instiga a pegar estradas:
estradas vazias, aglomeradas ou frias
que nos confluem diversas faces:
as faces nossas,
as faces outras,
estranhas faces.
E quando sozinho assumi a minha face
desligado daquele cordão protetor
Eu cantei uma canção de amor
para a brisa que passava pela janela
Os vizinhos gritaram:
"Parabéns pelo namoro!"
E eu gritei com gratidão
que não era amor do coração:
é amor de umbigo.