Minha Glória (Filhos e netos)

Os meus filhos são glória, cujo prêmio

São os netos mais lindos que já tive

Sady - não é o nome que revive,

Sou eu como se fosse um outro gêmeo.

Deu-me o Sady o Vitor, que tem tudo

Para se tornar um vencedor, no mundo,

É alegre e risonho e tem, no fundo,

Grande vivacidade, sobretudo.

Suzana - olhos azuis, alma de artista,

Grande senso de humor e muita calma,

Deu-me o Marcelo, fruto de sua alma,

Que talvez um mais lindo não exista.

Diana, que é sensível, carinhosa

A bondade e a ternura à flor da pele,

Deu-me a Cíntia, tão doce, que me impele

A vê-la inteligente e a mais formosa.

Resta o Irineu ainda adolescente,

Riso simpático e senhor de si,

Que há de estudar, seguindo para a frente,

Indo mais longe do que eu consegui.

Para eles pouco ou quase nada deixo

A não ser umas pálidas lembranças,

De que muito os amei desde crianças,

Que se um dia sofri, nunca me queixo.

Um poema, talvez, não diga nada,

Um poema, talvez, seja esquecido,

Mas são eles a glória consagrada,

Para tê-los valeu eu ter vivido.

Em 17/04/83