RESTOS MORTAIS

Francisco de Paula Melo Aguiar

Avistai! Ali naquele cemitério.

Os restos mortais de meus pais.

Naquele túmulo de cautério.

Perdido pelo tempo entre os demais.

Testemunhai a saudade e a memória.

De quem de corpo e alma amamos.

Presente no sangue e na história.

De todos os dias, meses e anos.

Observai que a tumba guarda.

O pó dos despojos mortais.

Já que o espírito desguarda.

Sem ação, alma e calor vitais.

Olhai este cenotáfio branco.

Da família apenas os restos imemoriais.

Tal qual lenço de enxugar pranto.

Do passado que o tempo não desfaz.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 22/07/2021
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