RESTOS MORTAIS
Francisco de Paula Melo Aguiar
Avistai! Ali naquele cemitério.
Os restos mortais de meus pais.
Naquele túmulo de cautério.
Perdido pelo tempo entre os demais.
Testemunhai a saudade e a memória.
De quem de corpo e alma amamos.
Presente no sangue e na história.
De todos os dias, meses e anos.
Observai que a tumba guarda.
O pó dos despojos mortais.
Já que o espírito desguarda.
Sem ação, alma e calor vitais.
Olhai este cenotáfio branco.
Da família apenas os restos imemoriais.
Tal qual lenço de enxugar pranto.
Do passado que o tempo não desfaz.