Sombra familiar
N’ancestralidade rabugenta que sei pouco:
Os óculos crescem sob o espelho de um passado brusco.
Nascido e criado de um jeito típico,
Carrego uma ciranda de traço pouco pitoresco.
O cenho franziu diante da foto
Rudimentar alegoria de um tempo remoto
Faço controle do meu caso presente
Ignoro toda a gente, ausente.
E nisso toda a época se desfaz
Minha história que nem existe exatamente
Perambula pelos cantos da calçada
Pisada pelos pés ligeiros da minha sombra cansada.