A MOURA

Mal cantara o sabiá-laranjeira

E lá estava ela a postos, em pé,

Para jornada Tremembé-Taubaté,

Para comprar coisas de primeira.

Pés doídos, poucas pernas :

Versos sentidos para a moura,

Cuja mente é uma baderna,

Encobre amor e o desdoura.

Era um ir e vir cessado

Com os primos pios corujas-

Ela nao tem sequer passado

Do presente que lhe fuja.

Cada passo moeda ao cofre,

Haverá juros e dividendos,

Não importa se ela sofre,

É a moura, continuará sendo.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 13/12/2020
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