A MOURA
Mal cantara o sabiá-laranjeira
E lá estava ela a postos, em pé,
Para jornada Tremembé-Taubaté,
Para comprar coisas de primeira.
Pés doídos, poucas pernas :
Versos sentidos para a moura,
Cuja mente é uma baderna,
Encobre amor e o desdoura.
Era um ir e vir cessado
Com os primos pios corujas-
Ela nao tem sequer passado
Do presente que lhe fuja.
Cada passo moeda ao cofre,
Haverá juros e dividendos,
Não importa se ela sofre,
É a moura, continuará sendo.