Noite de primavera
Nós seguíamos voltando
Da casa da bisavó Iaiá
Pela calçada da Belmiro Correia
Após a Barraca do meu avô Euclides
Próximo à parada de ônibus
Nas mediações da Igreja Redonda
Para chegar à Rua 13 de Maio
Exausto e sonolento
Meu pai me levava no colo em conforto
Para irmos para nossa nova casa
Seguíamos sob as estrelas
Que cantavam para mim
Um coral noturno e cintilante
Olho pra lua que estava cheia
Ao longe, as três árvores barrigudas
Dançavam ao vento
Encosto a cabeça nas nuvens
E adormeço feliz