Lembranças que o tempo não apagou
Gilberto Carvalho Pereira
Fortaleza, CE 29/6/2020
O tempo não para e as lembranças continuam sendo acumuladas na memória.
Nas horas de recolhimento em meditação, procuro tornar vivos momentos de infância, vitória, ainda recordáveis.
Passo alguns minutos rememorando aquele tempo, em qualquer circunstância, meus pais ainda jovens.
Os irmãos indo ao colégio, imagens, e eu sentindo um vazio na ausência deles e a casa triste.
A alegria espraiava-se quando, ao final da manhã, eles regressavam, resiliência.
Em suas belas fardas cáqui, trazendo em suas pastas de couro os deveres de casa.
À tarde, eu ficava junto a eles tentando entender o que falavam e o que escreviam. Era bonita aquela cena!
Ao término da sessão de aprendizado, a hora do lanche: biscoitos e sucos naturais. Valia a pena!
Chegada a minha vez de vestir a farda verde com duas listras azuis na calça, em sentido vertical, era o máximo.
Jaqueta aberta, de comprimento até a cintura ou pouco abaixo, mangas até aos punhos, com duas listras azuis, via-me como garboso militar, em ambiente tropical.
Ostentava estrelas nos ombros indicando a série que se estava cursando. Era puro orgulho.
Agora eu acompanhava os irmãos que, por proteção fraternal, seguravam minhas mãos. Mergulho no tempo!
Tempo de felicidade que relembro com saudade, graças à memória que insiste mantê-lo continuadamente vivo, no presente.