SÃO LEMBRANÇAS QUE CARREGO

O banhado e o lajeado

o galpão e a ferraria

a velha casa de madeira

a lida de todo o dia.

Moldando o ferro quente

e no campo no lombilho

debaixo do sol ardente

na terra plantando o milho.

Foi mascate, foi ginete

ferreiro e agricultor

no balcão foi bolicheiro

na carroça domador.

Ferrava um cavalo, num "upa"

do mansarrão ao potrilho

no laço era tiro certo

do boi brabo ao novilho.

Foi um homem, de muitos "causos"

isso sabia contar

se não tinha um "causo" novo

tratava de inventar.

Se caia levantava

sem da vida reclamar

fez do trabalho missão

para os filhos bem criar.

São lembranças que carrego

de meu velho pai amigo

exemplo de um guerreiro

foi meu mestre e meu abrigo.

Foi mascate, foi ginete

bolicheiro, agricultor

sem saber foi um poeta

da vida compositor.

(Poema musicado por Álvaro Santestevan e Leandro Luiggi - disponível no YouTube)

Cláudio Meireles Gonçalves
Enviado por Cláudio Meireles Gonçalves em 18/03/2020
Reeditado em 15/06/2020
Código do texto: T6890427
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