A MISSÃO DE UMA FLOR

Éramos um jardim que carecia de flores
Terra fértil e irrigada de carinho
Tudo conspirava a favor e o Jardineiro Celestial
Sabia o quanto era importante
De algum modo Ele conseguiu
Que uma pequena plantinha fosse desabrochando
Com seus cabelos cacheados
Com seus olhos serelepes, observadores
E a plantinha foi florescendo a cada primavera

Ela foi se nutrindo no aconchego da nossa humildade
Tudo simples, os móveis, as vestes, mas tudo reluzia
Com a claridade do sorriso da flor-Clara
Que se preparava a cada dia para uma missão
— Perfumar um mundo tão preso em seus medos

Ainda com galhos finos e folhas tenras
Começou a espalhar perfume pelo seu pequeno território
A vizinhança, a catequese, a escola e as amigas
Fadinhas com a mesma missão
Em cada encontro com o outro
Você, Clara, deixava um pouquinho de si
Um aroma de ânimo e esperança

Hoje, flor-Clara, queremos te dizer
Que a nossa missão continua a ser jardim
A serviço do Jardineiro Celestial
Sabemos que houve quem quisesse lhe arrancar
As pétalas que você tem
Mas espinharam-se sem que tenha havido vingança
Apenas a dor do arrependimento

Encare cada lágrima
Como se fosse orvalho de um novo amanhecer
Encare cada momento difícil
Como se fosse o sol do meio-dia
A te abastecer de luz, essencial para a síntese
De novos propósitos, de novas lutas
E de novas conquistas sempre
Pois você é nutrida de sonhos e determinação

Por onde for, siga sendo a flor-Clara
Perfumando cada ambiente, cada pessoa
Que te encontrar pela vida
Com o aroma do ânimo e da esperança


Siga sua missão...

(Poema escrito para a aula da saudade da minha filha)
Cláudio Antonio Mendes
Enviado por Cláudio Antonio Mendes em 29/11/2019
Código do texto: T6806937
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