Longe de casa

O meu sotaque me acusa de onde eu vim

Nada tira a marca da casa do meu pai em mim

Onde eu for eu carrego a sua aparência

Não existe lugar que eu não sinta sua presença

No meu agir vou vê-lo

No meu falar vou ouvi-lo

Quando pensei que havia mudado

Num ato falho te percebi ao meu lado

A China é casa, a França lar

O Camboja minha sala de estar

Já não importa pra onde vou

Pois com seus sapatos sempre estou

Diante de reis não vou temer

Nem de príncipes estremecer

Logo vou me lembrar

De quantos desafios me fizeste superar

Agora tenho muitos pais e mães

Irmãos, amigos e clãs

Meu mundo cresceu e nada é como antes

Mas meu pai dentro de mim é um eterno habitante

Para qual casa vou voltar

Ficarei em qualquer lugar

Não pergunte de onde eu vim

Pois quem vê o pai vê a mim

Gil Barreto
Enviado por Gil Barreto em 16/11/2019
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