MINHA INFÂNCIA.

Oh! Pobre mas tão doce infância

Eu que nada tinha, tinha tanto

Daí não sair da minha lembrança

O riso, a confiança, o canto

A casa modesta, pequena

Como tanto amor cabia

Segurança, afeto, cuidado

Até o pranto soava melodia

De um longo dia de trabalho

Um homem retornava suado

Quase sempre, pouco trazia

Cansaço, mãos e pés calejados

Uma mulher franzina

Todo dia o dia todo a correr

Cuidando de tudo, que era quase nada

Sempre o sofrimento a esconder

Homem e mulher tão carentes

A cuidar dos filhos com fervor

Sempre alguém mais acolhia

Como podia existir tanto amor

No fim do dia, ver os avós

Rezar o terço, a radiola tocar

Assistir uma novela, brincar

Oh! Tempo que nunca vai voltar

Este tempo que tudo leva

Que finge trazer felicidade

Quanto mais este tempo passa

Tanto mais aumenta a saudade

Antônio Moura Belo Vale
Enviado por Antônio Moura Belo Vale em 13/11/2019
Reeditado em 13/11/2019
Código do texto: T6794217
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