À cadela Nina
Alegria absoluta do próprio existir
Irracional amor que nutres por nós
Leal e terno sentir
Para não nos sentirmos sós.
Pequenino ser de grande coração
De brancura retirada por uma criança
Que contigo brinca em ingênua emoção
Dando, a nós, inexplicável esperança
Na boca que não fala, um olhar que tudo diz
Tua vida é solidária entrega
Na adversidade, teu rabinho é sempre feliz
Exigindo-nos atenção é que nos pega
Neste teto familiar, não há lugar pra tristeza
Tua companhia basta por si mesma
Teus olhos castanhos de infantil beleza
Fala a todos: “Confia que tudo passa!”
Notória sabedoria sem construção verbal
Deseja-se mais uma cadela autêntica
De doces gestos e leal
Do que nossa irrisória e tola inteligência
Humanos que constroem e desconstroem
O mundo, o tempo e o espaço
Sabem bem das coisas que doem
Mas não entendem a riqueza do teu abraço
Prefiro muito mais teu latido
De quem quer nos dar segurança,
Sincero, lúcido e nunca contido,
Do que humanas amizades sem confiança.
Teus cuidados pra sempre lembrados
Na expressão sincera dos teus lambidos
Com carinhos de nós reivindicados
Toques de mãos nunca esquecidos.
19 de março de 2011.