Pai

Quando você pegava no meu colo e me ninava

Quando me dava aquele esporro e eu cabisbaixa chorava

Quando me buscava da escola e eu alegremente te contava aquelas travessuras q aprontava

Você sorria do meu jeito intenso e gargalhava

Quando você era meu aluno e eu sua professora lhe ensinava

Quando você dirigia e eu corrigia sua postura errada

Quando eu nadava e você apreciava

Quando eu parti, criei asas e você todo dia me ligava

Quando eu me ausentei e você se assustava com a minha postura atrevida e inusitada

Por muitos anos não compreendi seu jeito e a maneira pela qual fui criada

Hoje entendo que foi medo de perder a princesinha que você tanto amava

Companheira de caminhada

Amiga que te alertava

Hoje entendo o quanto doeu em ti minhas escolhas complicadas

Mas necessárias para o meu crescimento e para que você visse a mulher que me tornava

Tornei-me muito mais do que aquilo que você imaginava

Tornei-me borboleta que voava

Tornei-me semeadora da vontade do criador que sempre me amparava

Tornei-me a dignidade e o caráter que você esperava

Tornei-me mulher que sabe que tudo na vida passa

Menos o amor que desde sempre guardava...

Jéssica S Ribeiro
Enviado por Jéssica S Ribeiro em 27/08/2019
Reeditado em 28/08/2019
Código do texto: T6730386
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