LEMBRANÇAS
Vivemos aqui neste mundo
relembrando tantas coisas
que guardamos na memória
desde os tempos de criança.
Muitas boas, outras ruins,
mas sempre tem uma ou outra,
que marcaram nossa vida.
Lembranças dos pais amados,
dos amigos da escola,
da professora querida,
que ensinou o "be a ba",
das brincadeiras da infância,
dos palhaços lá do circo,
que fazia-nos rir tanto,
também dos acrobatas
equilibrando nas cordas,
que fazia o suspense
fingindo que ia cair.
Saudades daquela casa,
com a rede pendurada na varanda,
onde o balançar vagaroso,
nos fazia adormecer.
Saudades daquela cozinha,
onde o fogão de lenha aquecia no inverno,
e as crianças sentadas ao redor dele, aquecidas,
quietinhas ficavam ouvindo
estórias que alguém contava.
Saudades daqueles tempos,
que quando a chuva caia,
a meninada corria
soltando barquinhos na enxurrada,
e a imaginação fluía
acompanhando a jornada,
como se fossem eles a navegar tão longe.
Recordações daquela casa,
em que moravam meus avós,
e as lembranças que guardo
das brincadeiras tão simples
que meu avô me ensinava,
e que me fazia feliz,
quando eu com ele brincávamos.
E agora aquela casa,
onde meus avós moravam,
foi derrubada e só restam,
montes e montes de entulhos.
Mas as lembranças ficaram
daqueles tempos vividos,
e ainda não se apagaram,
nas minhas recordações.
(Escrevi esta poesia pela nostalgia que senti quando recentemente vi a casa que foi de meus avós maternos, uma das poucas construçoes antigas que ainda existiam, ser "tombada" a marretadas e não tombada como patrimônio histórico da cidade.