Para o Miguel
(“Parafraseando”, Alceu Valença e Fernando Pessoa.
O Primeiro sinal que ele viria, foi em São Paulo.
A gente acabara de ver o Música de Brinquedo
Ainda estávamos sobe a emoção do som da Fernandinha e Patufú.
E eu já o queria brincando no meu quintal...
Mas de repente o seu cavalo alado pastou para longe...
E logo ouvimos a voz do anjo dizendo: não duvide!
E foi como uma manhã de domingo, que novamente ouvimos o teu sinal.
E ele chegou...
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz no braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos,
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate as palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu no colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.