Para o Miguel

(“Parafraseando”, Alceu Valença e Fernando Pessoa.

O Primeiro sinal que ele viria, foi em São Paulo.

A gente acabara de ver o Música de Brinquedo

Ainda estávamos sobe a emoção do som da Fernandinha e Patufú.

E eu já o queria brincando no meu quintal...

Mas de repente o seu cavalo alado pastou para longe...

E logo ouvimos a voz do anjo dizendo: não duvide!

E foi como uma manhã de domingo, que novamente ouvimos o teu sinal.

E ele chegou...

Hoje vive na minha aldeia comigo.

É uma criança bonita de riso e natural.

Limpa o nariz no braço direito,

Chapinha nas poças de água,

Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.

Ele dorme dentro da minha alma

E às vezes acorda de noite

E brinca com os meus sonhos,

Vira uns de pernas para o ar,

Põe uns em cima dos outros

E bate as palmas sozinho

Sorrindo para o meu sono.

Quando eu morrer, filhinho,

Seja eu a criança, o mais pequeno.

Pega-me tu no colo

E leva-me para dentro da tua casa.

Despe o meu ser cansado e humano

E deita-me na tua cama.

E conta-me histórias, caso eu acorde,

Para eu tornar a adormecer.

E dá-me sonhos teus para eu brincar

Até que nasça qualquer dia

Que tu sabes qual é.

José Marcos Ramos
Enviado por José Marcos Ramos em 25/04/2019
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