A VELHICE
Feito um fiapo
Vivendo aos trapos
Devoluto, consignada à solidão
Outrora pudestes reinar-te em tua vida
Profícua a tua lida
Hoje jaz a sua altivez
Lúcida? Talvez!
Os ciclos e as etapas, construídos em longas datas,
Submetidos aos pronomes pessoais, empregados
ao ego massageado, o amor ao próximo, e as causas sociais.
Resististes ao exercício de lideranças, tão pouco viveu as indiferenças,
ponderação! Assumir o poder, submissão?
Tão quanto aos crimes houvessem acometidos, em que fostes também
em tua omissão.
Houvera em tua conduta desapego, entrega, devoção, atitudes, vocação?
Absorvidos pelo tempo; sonhos, realidades, ilusão.
Não mais se consegue, reunir forças, rigidez.
Seria então, o tempo ingrato!
O que dizer sobre a importância dos velhos retratos!
Revelar sentimentos, lembranças, emoções,
esboçar reações?
Esforça-te com a tua benevolência, robusteça a tua sensatez,
A velhice certamente chegará um dia, ou, certamente um dia, talvez!
Inviolável é a vida, assegurada pelo Direito Constitucional
A suprema força é o amor universal
Insensato o vinhateiro, ao desprezar a madeira velha e cansada.
Nela reside a maturidade, conferindo o sabor e a excelência do vinho nobre.
Saber acolher e proteger, é afeto e gratidão!
( J. L )