Klaus

Klaus, você é uma poesia

Que morde sapatos, estraga plantas

Mija no chão da sala

E faz festa quando todo mundo tá triste.

Você consome o que não pode

E depois some e se esconde

Por trás dessa cara de bobo

Sem dar chances pra te pegar de jeito.

Quando vem, pula no peito

Amassa a gente por inteiro

Nos faz sentir o primeiro

Com essa avalanche de beijos

Em forma de lambidas.

Klaus, você é uma poesia,

Mas sei que você não sabe disso

E nunca saberá, nem precisa,

Afinal como pode uma poesia saber que é poesia?

Você é um texto torto nas linhas retas

Da existência de pessoas exatas

Que acham que a vida é como

Os teoremas da matemática.

Como é bom viver com uma poesia em movimento

Arrastando a gente pra um lado e pra outro

Tentando arrancar a nossa paciência

Assim como arranca nossas meias

E a flor de nosso jardim.

Sei que a flor logo te perdoa

Já a patroa...

Pedro Zapata
Enviado por Pedro Zapata em 13/12/2018
Reeditado em 06/04/2019
Código do texto: T6525983
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