Klaus
Klaus, você é uma poesia
Que morde sapatos, estraga plantas
Mija no chão da sala
E faz festa quando todo mundo tá triste.
Você consome o que não pode
E depois some e se esconde
Por trás dessa cara de bobo
Sem dar chances pra te pegar de jeito.
Quando vem, pula no peito
Amassa a gente por inteiro
Nos faz sentir o primeiro
Com essa avalanche de beijos
Em forma de lambidas.
Klaus, você é uma poesia,
Mas sei que você não sabe disso
E nunca saberá, nem precisa,
Afinal como pode uma poesia saber que é poesia?
Você é um texto torto nas linhas retas
Da existência de pessoas exatas
Que acham que a vida é como
Os teoremas da matemática.
Como é bom viver com uma poesia em movimento
Arrastando a gente pra um lado e pra outro
Tentando arrancar a nossa paciência
Assim como arranca nossas meias
E a flor de nosso jardim.
Sei que a flor logo te perdoa
Já a patroa...