NUNCA É TARDE
Onde estava essa garota que eu não via,
Não a percebia, não dava carinho, não te afagava?
Onde estava essa beleza tão imensa,
Uma recompensa da vida malvada?
Onde estava essa princesa sonhadora,
Minha professora, meu melhor invento?
Onde estava senhor que não a via?
Em algum campo florido?
Nos escaninhos da minha mente?
No amor que eu sentia e não sabia demonstrar?
Onde estava eu? Este ser insensível,
Desprezível, sem encantos,
Que não conseguia perceber este grito
Implorando o meu amor?
Em alguma rua sem destino?
Na sarjeta de uma mente perdida?
Na depressão de um vale sem brilho?
Nas profundezas da embriaguez insana?
Ontem dormi nos seus braços.
Foi lindo! Dormi com cafuné,
Com um beijo de amor.
Às vezes penso que não mereço isto,
Depois penso que mereço sim.
Porque na vida não apagamos erros,
Construímos acertos.
O que passou é o presente.
Tudo que temos foi plantado lá.
O agora é o futuro, posto que
Tudo que colheremos nada mais é
Que a semente plantada aqui.
É por isso que o agora se chama presente,
Que todo dia é natal, aniversário, das mães,
Dos pais, mesmo aqueles,
Que se mostram ausentes,
Mas que num lampejo voltam
Assumem seu lugar e se tornam felizes.
Não sei onde ela estava,
Nem onde estava eu
Mas sei onde estamos agora.
Juntos no amor, juntos na paixão,
Num só coração que insiste em bater
Na felicidade tardia,
Tardia não, pode ter demorado,
Mas durará para sempre,
Não findará nunca mais,
Mesmo que role está lágrima no meu peito,
Toda vez que ouço essa voz suave,
Gritando desesperadamente,
Te amo papai!
Para minhas filhas Júlia e Letícia!