HOMEN SIMPLES
No esquife repousava o corpo de um homem cansado.
Não era um grande astro, um pop star ou uma celebridade.
Era um homem simples, como milhares de outros.
Em sua última despedida, não havia exaltação nem alvoroço.
À sua volta poucas pessoas.
As filhas, para quem ele era porto seguro,
O pai zeloso, o ombro que acolhia os sorrisos e as lágrimas.
Os filhos, para quem tinha sido o educador,
o amigo de todas as horas,
de tantas e tantas conversas de final de noite,
a palavra certa nas horas incertas.
A esposa, companheira com quem partilhara todo uma vida,
primeiro e único homem, o amante e o amado.
Para a família era o esteio, a sustentação.
Os amigos, não eram muitos,
mas como o bom vinho, eram de longa data.
crescidos na mesma infância,
companheiros aventurosos da mocidade,
e que se acalmaram nos longos passos da maturidade.
Viam nele, o homem forte, calmo, sábio e seguro.
E como se dizia – “Pau pra toda obra”.
Ao fundo, anônima uma “MULHER”.
Não guardava nem alegria nem tristeza,
olhar sereno e melancólico,
trazia no semblante um tênue sorriso
De quem nas sombras da noite
Conhecia os predicados daquele
SUJEITO SIMPLES