PALAVRAS SEQUENCIAIS
àqueles que não se libertam
Viver, verbo em desuso no lar meu de outrora
Porque dentro dele, saudade não mais me pertence.
Pertenço ao tempo dos ouvidos abertos ao sofrer
Por parte da genitora, magra, sofrida, falante...
Os que moram naquele canto, não santo
Clamam pela continuidade do nada.
Os que saem, voltam, participam do ficar
Não como dois, apenas enquanto passante...
O lugar já não mais é o mesmo
Tem rachaduras que ficaram com o tempo.
O choro é duradouro e ninguém se liberta
Ali mesmo plantam o que nunca se é marcante...
As palavras da mãe que me fala
São muitas, poucas escolhidas
Porque a escolha é coletiva, única.
Sentir-se aprumado num desvio errante.