MÃE...
Mãe...!
Porque falar de mãe num dia só...?
Senão, de quem serão os outros dias?
Serão das duras calejadas mãos
A desatarem tudo nó a nó...
Deixando sem tristeza as alegrias...?
Mãe...!
Se alguém te deu somente um dia
O amor que poderia o ano inteiro,
Não sei se esse amor é verdadeiro...
Pois, o "bon vivant" de alma fria
Jamais de ti rogaste o amor ligeiro...
Mãe...!
O teu amor não para à madrugada
Pois, todos já dormiram quando dormes
E finalmente tudo, tudo nos conformes
Depois de cada face a ser beijada
Vai engomar pra escola os uniformes...
Mãe...!
Ainda que num papo adolescente
A tua presença seja invisível
O teu amor é sempre imprevisivel
Pois, vai mandar de forma contundente
Rebelde escovar os dentes, impossível...?
Mãe...!
Quando depois da prole se formar
Com tuas mãos "deliveries" calosas
Das hastes com espinhos és a rosa
Nas horas livres, vai passar, lavar e cozinhar
Para as crianças velhas, mãe zelosa...
Mãe...!
Depois, nas óticas dos casametos
Serás a sogra de um filho ogro
Talvez segunda, longe bem do sogro,
Mas sogra-mãe na dor d'outros rebentos
A salvação diante dos malogros...
Mãe...!
Mas quando finalmente a velhice
Saltar na estação de um tempo doce,
Tu olharás como criança fosses
À face já madura, de quem a tudo disse...
Ou se não disse, foi como se fosse...
Pois, o teu olhar dizendo mudo
Agora só espera ter o amparo
Não como um favor ao desamparo,
Mas como um amor que leva tudo
Ao infinito mãe... Além do azul-claro...
Para toda eternidade, sobretudo...!
MÃE...!
Autor: André Luiz Pinheiro
12/05/2018