Hoje lembro-me!
De quando eu enchia garrafas pet com água
E as colocava pra gelar na geladeira
Isso tudo foi real e não uma brincadeira
De quando eu colocava prego No cabresto do chinelo
Ai isso aí não era um tormento
E sim uma triste necessidade
De quando eu deitava o botijão de gás
Para ele durar mais tempo
Essa era e ainda é a nossa total realidade
Também notava a data de quando o comprava
Pra mim lembrar de quanto tempo ele durava
De quando eu colocava esponja de aço Na antena da TV,
Pra o sinal ficar melhor E assim a gente poder ver
De quando eu comia chibel de uma vez só
Ou farinha com açúcar feito por minha avó
De quando mamãe guardava sobras de comidas
Dentro de vários potes de margarina
E os colocavam no congelador
Pra no outro dia voltarmos a comer
E sentirmos um novo sabor
Kisuco de 10 centavos muitos eu já tomei
O famoso ponche de limão
Ele eu também saboreei
Até com garapa de açúcar
Muitas vezes minha fome eu matei
Fui feliz e não sabia
Mesmo assim vivia reclamando dia e noite, noite e dia
E hoje de tudo isso, eu sinto muita falta
De minha vida vivida com bastante alegria.
Filho aproveite enquanto é tempo
Pois tudo que é bom dura pouco
E vai embora com o vento.
Era assim que minha mãe dizia.