Agridoce
Filho é coisiquinha do mundo.
mãe é quem sabe!
Vela feito santa
à infinitas distâncias
o parido de seus órgãos
ou de suas inspirações.
Filho é aparelho de aprender
dado às fulanas loucas
que perambulam por esta vida
com fome de experiências.
Que buscam,
num cadiquim de entrega dos rebentos,
a robustez,
alimento do ser maternal.
Tudo quanto se aprende
na condição furacônica
da prenhez,
do puerpério,
e dos anos que seguem,
é fazer de migalhas
a multiplicação dos pães,
e fazer de saudades
a invenção de sonhos.
Em dias de saudade lancinante,
mãe sonha ser vento
desses que voem velozes
até seus eternos guris
bem no tempo do afago aos cabelos
e da imersão em seu ser
no suspiro mais perdido.
Para Carmem Lúcia, ser que gira constante no olho do furacão.