RAIOS NO CÉU DE GUARUJÁ

Olhei para o céu e comecei a cismar,

Nuvens negras agourentas, tétricas.

Trovões pipocavam, perigo iminente.

De braços abertos corri para o mar,

Nas águas agitadas brincavam inocentes,

Meus amores pequenos estavam todos lá.

Não sabia que naquele exato instante,

Partia displicente para o encontro da morte.

Um raio certeiro, de luz forte, estonteante,

Barrou meu caminho, apagou o meu norte.

Ali como um pássaro voei para o infinito,

Deixei para trás meus rebentos bonitos,

Companheiros, amigos; deixei meus amores.

Tentarei desvendar os mistérios do céu,

Se preto, se branco ou outras mil cores,

Existência do inferno, presença de Noel.

Ficarei satisfeita se o que lá encontrar,

For somente: Paz, beleza, raios de luar;

Ou brisa perfumada, anjos deslumbrantes,

Amor incondicional, fraternidade constante.

Por isso não chorem, não lamentem...

Tudo aconteceu sem culpa de ninguém,

Foi obra do acaso, do destino, porém...

Nossa sorte, traçada na palma da mão,

Mostra que a vida neste mundo,

É tênue, frágil e não termina em vão.

Reencontro, só virá guiado pelo amor,

Mais cedo ou mais tarde, impossível prever.

Enquanto isto não ocorre, continuem a VIVER.

Pois junto de Deus só lhes posso dizer:

Que estou bem, segura, amada e feliz,

Era a minha hora, minha vez de partir.

Saudades, ah! Saudades! As tenho e muitas,

Especialmente, especialmente, de VOCÊ.

AGOOLIVEIRA
Enviado por AGOOLIVEIRA em 19/11/2017
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