Papai
Papai
(Lázaro Geraldo de Oliveira)
Ele sempre foi assim: raro, diferente;
Amante da boa prosa e da pergunta irreverente...
Livre! Completamente! ...
Na cor preferida, o vermelho carmim;
Na flor, o jasmim.
Nos instrumentos, a gaita e o violão,
Que acompanham o seu tremendo vozeirão!
Nos pés não gosta de sapatos não,
Bom mesmo é pôr as “pranchas” no chão.
Aventureiro, tentou a Avenida do Contorno circundar,
Sumido um dia inteiro, fez toda a família preocupar;
Não sabemos se a maratona conseguiu completar,
Mas importa é a felicidade de vê-lo à nossa casa retornar.
Pouco liga para a regra, norma e convenção...
E assim caiu de um galho, com o machado na mão
Além do susto grande, ele se machucou
Teimoso, o Sô Geraldo não se emendou
Mas, “Deus sabe o que faz”, e dele sempre cuidou.
É... ele é homem de Fé, que nada parece abalar
E quanto maior o seu crer, mais raro é o preocupar
Aparece muito o agradecer, ao homem que pouco sabe reclamar.
Corajoso, não tem medo da noite, nem de assombração...
E sabe que é verdade quem bem conhece o Capão!
Lá, caminhava pela porteira do Daniel e Mato do Borrão;
Para ele, corriqueiro e tranquilo; para muitos, uma aflição.
Resignado, aceita a vida como ela é
Sem contestar o curso da maré.
Solitário, sempre viveu um mundo particular,
Com boas verdades e valores enormes pra contar.
Sensível, com o cavalo se importava;
Se o animal a carga transportava,
A pé ele andava, pois pena lhe dava;
E quando alguém montava,
O arreio aliviava,
E o animal ele não incomodava.
Grande coração, de pura retidão!
Espirito de bondade, marcado pela simplicidade
Alma generosa e paciente,
Aspectos que fazem de você, nosso pai, um ser sapiente.
Obrigada, papai, pela vida e pelos exemplos!
Nossa alma cigana é imortal. Caminharemos juntos e livres, em nossos mundos e viagens sem fim!!!
Eu te amo, papai!