o Filho que nunca tive
nascer crescer evoluir morrer
os livros falam é isso
que devemos fazer
sem metrificar sem nomenclar
sem destinar ou tão pouco enrolar
os livros falam esse é nosso desatinar
e a caneta treme
e a letra perde a beleza
e o canto geme
ate a alegria vira tristeza
pois não sou parte desse livro
não sou parte do poema
sou a verdade mentirosa
de uma partícula pequena
que desprendesse do mundo
que no coração profundo
não achou o seu averso
o final ou o começo
de um reprodutor sozinho
como um pássaro sem ninho
voando sem ter destino
e lembrando do menino
produzido em pensamentos
de um não reprodutor
pra minha cura não há doutor
que sane minha tristeza
e nem mesmo a natura
colore o seco da dor
de um sou sem ser quem sou
perdido num tal inverso
que nem mesmo o próprio inverso
achou quem lhe completou
e lembrado me dos livros
da palavra tão fugaz
nascer morrer tanto faz
isso são coisas da vida
mais vida sem ser vivida
é vida jogada fora
deus me livre de ir embora
deixando a vida pra traz
Tony Aldair P. Silva